segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

As festas de fim de ano chegaram, e agora?

As festas de fim de ano estão chegando, e uma grande preocupação de quem tem cães ou gatos são os fogos de artifício, que embora lindos, fazem um barulho capaz de deixar nossos pets desesperados! Então separei algumas dicas que poderão amenizar esse problema e deixar o final de ano um pouco mais tranqüilo.

A primeira dica é tentar dessensibilizar o animal. Esse método costuma funcionar bem com cães, especialmente se ainda forem filhotes, mas deve ser bem conduzido. O animal deve sentir total segurança por parte do dono, portanto não demonstre medo durante a queima de fogos, tampouco pegue o animal no colo para protegê-lo. Ao invés disso, haja naturalmente e com firmeza. O animal precisa saber que não há motivos para temer, então brinque muito e faça festa, dê petiscos e associe o barulho com alguma coisa boa. Mostre que não existe razão para pânico. É necessário ter muita paciência, pois alguns cães não modificam o comportamento de uma hora pra outra. Se for possível, faça esse procedimento sempre que tiver oportunidade, diante de quaisquer barulhos que costumam assustá-lo.

Florais também costumam ajudar nessas situações, mas devem ser administrados sempre sob supervisão de um profissional. Procure um veterinário que trabalhe com medicina alternativa e veja com ele a melhor opção para seu animal.

Porém, alguns cães não respondem bem à dessensibilização, então são necessários cuidados extras nesse período, que incluem acima de tudo segurança para evitar acidentes:

- Durante os estouros dos fogos, jamais deixe o animal sem supervisão. Mantenha-o dentro de casa em um cômodo calmo e monitore-o para que ele não se machuque. Não o segure à força, muitos animais acabam mordendo e/ou arranhando em função do medo. Forneça brinquedos para que ele possa morder e se distrair, feche as janelas e ligue um rádio ou TV para tentar abafar o barulho.

 - Gatos devem ter à disposição um lugar para se esconder, como uma caixinha, por exemplo, pois diferentemente dos cães, eles preferem ficar isolados em algum local seguro. Não force brincadeiras ou contato, apenas deixe-o à vontade e observe-o para que não se machuque. Se mesmo tomando cuidado você for mordido ou arranhado, não castigue o animal, lembre-se de que ele está sofrendo e com muito medo.

 - Se seu cão vive no pátio e você não tiver como levá-lo para dentro de casa, certifique-se de que ele não terá como fugir, mantenha portões bem fechados, pois animais em pânico tendem a sair correndo e irem para a rua, o que poderá ser fatal. Observe-o o tempo todo, não o deixe sozinho em hipótese alguma, pois ele estará muito assustado. Forneça um local (casinha ou caixa) para que ele possa se abrigar. Retire a alimentação durante esse período, para evitar afogamentos (falsa via). Não o deixe preso por correntes, é muito comum enforcamentos e morte em função do
pânico. Portanto novamente repito, a melhor dica é sempre mantê-lo dentro de casa, só o deixe no pátio se não houver outra alternativa.


Esses cuidados são importantíssimos para manter seu animal livre de acidentes que podem custar-lhe a vida. Não descuide de seu melhor amigo, pois ele confia em você para viver bem e em segurança! Boas festas, e feliz ano novo!


Texto elaborado por Leonardo Fox, disponível no site: Portal Nosso Mundo


domingo, 11 de dezembro de 2011

Achei um cão na rua, e agora?

Todos os dias recebo e-mails e/ou ligações com as mesmas dúvidas: “Vi um cachorro doente na rua“, “Tem uma cadela grávida ou no cio na minha rua“, “Achei uma caixa com filhotes“, ou ainda “Vou me mudar, o que faço com meus cães/gatos?“.
 
Gostaria que todos os que me escrevem/ligam entendessem o seguinte: As pessoas que ajudam os animais fazem a mesma coisa que qualquer pessoa que quer ajudá-los, inclusive você, pode fazer. Estas pessoas gastam tempo, dinheiro e muita energia os ajudando, não é nem justo que ainda tenham que dar conta dos animais que outras pessoas encontraram. Não há um lugar mágico e agradável para onde levá-los. Não há uma conta bancária de onde sairá dinheiro infinito para comprar remédios, pagar veterinários etc.
Então, por favor, antes me de procurar leiam com atenção:
 

Tem um cachorro abandonado/doente/machucado no meu caminho…
Se você teve coração para se comover e quer socorrê-lo, o passo-a-passo de quem ajuda cães/gatos é o seguinte:
  • Recolher o animal da rua;
  • Em casos tratáveis, pagar o veterinário, os gastos com o tratamento e, se for o caso, com hospedagem até o animal ficar bom (conheço pessoas que fazem empréstimos, vendem objetos pessoais, fazem rifas e ações entre amigos, mas nunca, jamais, deixaram de ajudar um animal porque não tinham dinheiro);
  • Castrar o animal (há clínicas que fazem esta cirurgia por um preço social e há prefeituras que fazem de graça. Aqui sim você pode me escrever dizendo qual seu bairro/cidade para eu pesquisar um local que possa lhe dar descontos etc.);
  • Tirar fotos para anunciar este animal por meio de e-mails, sites e cartazes. Anunciar em jornais é uma das melhores maneiras de divulgá-lo. A partir de hoje só divulgarei animais no blog se estiverem castrados. Nunca doe sem castrar e sem assinar um Termo de Adoção!
Muitas vezes quem socorre um animal não tem como levá-lo para casa (eu, inclusive). Então esta pessoa fala com amigos, conhecidos, parentes e arruma um lugar onde ele possa ficar até ser adotado ou até ser castrado e ser devolvido às ruas com saúde, ou paga uma hospedagem.
Não há nada de errado em cuidar de um animal, castrá-lo e devolvê-lo às ruas.
Errado, é não socorrer o animal ou querer passar a responsabilidade para outros.
 
Tem uma cadela grávida ou no cio na minha rua, o que eu faço?
Siga todos os passos de “Tem um cachorro abandonado/doente/machucado no meu caminho“, com a diferença que a cadela deve ser castrada imediatamente, não importando quão grávida esteja. Veterinários experientes fazem a cirurgia com tranqüilidade e competência.
Está pensando em deixá-la dar cria? Lembre que não existe lugar para levar os filhotes e que estes precisam ficar com a mãe por no mínimo 45 dias. Considere que eles precisarão de vermífugos mensais, três doses de vacina polivalente cada um, mais uma de raiva. Filhotes devem ser doados já castrados (existem veterinários que praticam castração pediátrica a partir de 3 meses de vida) ou com compromisso de obrigação castração. Se os adotantes não aceitarem a castração quando chegar a data (6 meses de idade ou antes se você conhecer um veterinário que faça a castração pediátrica), você deve pegar o animal doado de volta, castrá-lo e doá-lo novamente para outra pessoa. Se não quiserem lhe devolver o animal para que seja castrado, faça um Boletim de Ocorrência. Nunca doe sem castrar e sem assinar um Termo de Adoção!

Achei uma caixa com filhotes, e agora?
Procure um veterinário. Não existe lugar para levar os filhotes também. Pense que eles precisarão de vermífugos mensais, três doses de vacina polivalente cada um, mais uma de raiva. Não basta “doar ração” e tentar passá-los adiante. Filhotes devem ser doados com compromisso de castração. Se os adotantes não aceitarem a castração quando chegar a data (6 meses de idade), você deve pegar o animal doado de volta, castrá-lo e doá-lo novamente para outra pessoa. Se não quiserem lhe devolver o animal para que seja castrado, faça um Boletim de Ocorrência. Nunca doe sem castrar e sem assinar um Termo de Adoção!

Vou me mudar e não posso levar meus cães/gatos?
Estes animais são responsabilidade sua. São seres vivos e você deveria ter pensado em como sua vida poderia mudar antes de adquiri-los. Para doá-los, proceda da mesma maneira como se tivesse achado um cão/gato na rua. Nunca doe sem castrar e sem assinar um Termo de Adoção!

–> Dicas para doar um cão/gato de maneira a realmente contribuir com a diminuição do abandono, maus-tratos e animais de rua:
  • Doar animais sem castrar é salvar uma vida e ser culpado por várias mortes. As chances de sobrevivência de todos os descendentes diretos e indiretos do animal que você não castrou (macho, inclusive) são pequenas.
  • Mesmo sobrevivendo e virando adultos as chances de todos os descendentes diretos e indiretos do animal que você não castrou (macho, inclusive) terem uma vida digna são mínimas.
  • Além disso, estes animais crescerão para gerar outros e outros e outros, que gerarão mais outros e mais outros etc;
  • O animal deve estar saudável e castrado;
  • Bata as fotos para divulgação do animal bonito e recuperado, assim suas chances de adoção aumentam muito;
  • Sempre visite o local para onde este animal irá. Não adianta retirá-lo de uma situação ruim e doá-lo sem critério algum, sem saber se ele terá um quintal de onde não possa fugir, se terá um abrigo que o protegerá do frio, do calor e da umidade, se o adotante terá dinheiro para sustentá-lo dignamente, além de vaciná-lo anualmente e levá-lo ao veterinário sempre que necessário. A pessoa também precisa ter espaço adequado ao porte do animal, além de tempo para brincar com ele;
  • Doar animais sem pesquisar o adotante é o mesmo que desová-lo de qualquer maneira;
  • Imprima e preencha o Termo de Adoção (disponível no site do Instituto É o Bicho);
  • Fique com sua cópia do Termo de Adoção e faça acompanhamento para saber se o animal está bem, se está integrado com a família e também para saber quando deverá castrar os filhotes doados;
  • Sempre deixe bem claro que a pessoa pode devolver o animal para você se tiver problemas;
  • Sempre deixe bem claro que a pessoa não poderá repassar o animal adiante sem sua autorização (neste caso você faz tudo que já fez com este adotante, visita o local etc.).
“Ai, mas precisa mesmo tudo isto?”
Sim, e muito mais. Achou muita coisa? Achou difícil?
Então, sinceramente, se não estiver disposto a fazer da maneira que realmente ajudará a diminuir o número de animais sofrendo no mundo, nem entre em contato pedindo ajuda, porque já deu para perceber o quão ocupadas estão as pessoas que se decidiram não só salvar a vida de um animal, mas também a ajudar a parar com a reprodução desenfreada.

Se você não faz parte da solução, faz parte do problema.
 
ps: Se você não concorda com a castração de cadelas prenhes, basta ignorar a sugestão de castrá-las. O que você não pode JAMAIS deixar de fazer é castrar os animais doados, adultos e filhotes, e NÃO acompanhar as adoções.
 
 
Este artigo pertence ao Mãe de Cachorro Também é Mãe.
Foi escrito por Ana Corina.



 
 
 

domingo, 16 de outubro de 2011

Medicação, só se o veterinário mandar!

Nossos animais estão susceptíveis à uma série de doenças e problemas de saúde, e não rara é a necessidade de uma visitinha ao veterinário periodicamente. Porém muitas vezes, a consulta veterinária é protelada ao máximo na tentativa de economizar tempo e dinheiro e assim tentar chegar à um diagnóstico fácil que cura rapidamente com um remedinho caseiro. No entanto, o que muitos não sabem, é que um tratamento mal orientado e com medicações erradas pode prejudicar o animal e inclusive, em alguns casos, levá-lo à morte.

A primeira coisa que devemos saber é que um diagnóstico se faz através de avaliação do quadro clínico do animal aliado à exames complementares. E para que o diagnóstico seja o mais correto possível, é necessário um exame ao vivo do animal por um veterinário. Jamais se faz diagnóstico baseado apenas em lista de sintomas, fotos ou ainda através de fóruns da internet, pois cada animal é único e deve ser examinado individualmente e cautelosamente. Uma vez determinada a causa do problema, é instituído um tratamento adaptado ao animal de acordo com a doença que ele está apresentando.

Mas muitas vezes, o tratamento adequado é substituído pelas famosas receitas caseiras e o uso de medicações sem orientação profissional. Muitos guardiões imaginam que medicações de uso comum em humanos são inofensivas aos animais, quando na verdade são tóxicas e podem matar.

Gatos por exemplo, são particularmente sensíveis à uma série de medicações que humanos usam diariamente sem maiores problemas. Medicações como o Paracetamol, analgésico bastante conhecido, é extremamente tóxico e pode matar.  O Acetaminofeno, princípio ativo do Paracetamol é um antiinflamatório não esteroidal (AINE) inibidor da ciclooxigenase. Ao ser administrado em gatos forma metabólitos tóxicos que culminam com anemia hemolítica e necrose hepática. Os sinais incluem hipóxia (diminuição do oxigênio nos tecidos), cianose (coloração azulada de mucosas por falta de oxigênio circulante), salivação, vômitos, depressão do sistema nervoso central, anorexia (falta de apetite), edema facial (após três dias) e icterícia (coloração amarelada das mucosas devido ao dano hepático). Casos graves levam à um quadro de coma e morte. Cães também podem desenvolver toxicidade à esse medicamento, porém com intensidade menor.

Outro caso semelhante ocorre com o diclofenaco. Este antiinflamatório, bastante usado por humanos, pode ocasionar sangramentos e úlceras gástricas importantes em cães com apenas algumas doses, portanto jamais devem ser administrados nestes animais.

Corticóides também devem ser utilizados com muito cuidado, e sempre sob orientação veterinária. Estas medicações, também chamadas de glicocorticóides ou antiinflamatórios esteroidais, em doses altas e prolongadas podem levar ao hiperadrenocorticismo (insuficiência da glândula adrenal), e jamais podem ser administrados em pacientes com infecções, sangramentos, pancreatites, doenças renais e cardíacas em função de seus sérios efeitos colaterais. Colírios à base de corticóides podem levar à perfuração do olho quando usados na presença de lesões ou úlceras de córnea, o que reforça a idéia de que somente podem ser administrados no animal após avaliação e orientação veterinária.

Outro grupo de medicações que freqüentemente são usados de forma incorreta são os antibióticos. Muitos guardiões acreditam que qualquer antibiótico pode ser usado em qualquer situação, quando na verdade não é assim que acontece. Essas medicações somente devem ser utilizadas na presença de um processo infeccioso, e são específicas para determinados microorganismos. Daí a necessidade de saber exatamente qual o tipo de infecção que o animal está apresentando, pois se a medicação usada for a errada, corre-se o risco de piorar consideravelmente o quadro clínico do animal. 

Além disso, não podemos esquecer que qualquer medicação, seja ela qual for, somente pode ser administrada na dose e freqüência corretas. Mais um motivo para consultar um veterinário antes de medicar nosso animal. Cada animal deve receber a quantidade correta de fármaco a fim de promover o alívio dos sintomas com o mínimo de efeitos colaterais. Caso ocorram overdoses, podem ocorrer toxicidades que não raramente levam à morte. Se a freqüência e o tempo de tratamento forem inadequados, para mais ou para menos, o animal poderá desenvolver resistência ao medicamento e não obteremos a cura.
Dessa forma, enfatiza-se a necessidade de avaliação prévia por um veterinário antes de administrar qualquer medicação aos nossos animais. Devemos ter em mente que qualquer medicação, quando administrada de forma incorreta, pode matar. É necessário que tenhamos responsabilidade e seriedade em relação aos cuidados com a saúde de nossos pets, pois é disso que depende o bem estar e a qualidade de vida deles.


Texto elaborado por Silvia Schultz, estudante do 6º período de Medicina Veterinária, retirado do site:
 Portal Nosso Mundo - Prá nós, os animais importam!